quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Cintilando entre estrelas...



 
Ele é só um fantasma  que ainda brilha no escuro, ele faz escorrer em mim as estrelas que cintilam no breu de um céu acovardado e eu vago no cintilar de pertencer a ele outra vez.
O moço esqueceu seus silêncios aqui e como em uma sinfonia bem ensaiada eu pude ouvir todas as vozes que se ocultaram a tanto tempo atrás, beijo sua fotografia e é como se as coisas não estivessem mudado, percorro essa história amarelada onde as incertezas imperam pois sabe-se lá qual será nossa sina, eu só me entrego.
Vaguei-o por entre os sorrisos dele que as vezes me assustam, a penumbra de seu corpo a flutuar sob meu espaço me entorpece e eu deleito nessa paz misteriosa de saborear o restante das estrelas que não caíram. Subitamente ele me energiza e a razão se desfaz com um simples toque do que não existe. 
No tremular do tempo as ciladas severamente cumpridas mancharam a luz que iluminava nosso mais sublime sentimento, escuro, escuro e mais escuro. Eu e ele em um vazio estrelado, sem lua, sem futuro, porem com ilusões que fazem com que nos encontremos sem grandes por ques. Ele tão fantasma e eu tão passado. 
Nós vivemos num ontem não acabado e é muito clichê dizer que isso me faz bem, ele vem sem me avisar da mesma forma que se vai sem eu saber bem o porque, tento me aninhar na sabedoria de uma solidão filtrada e covardemente ainda choro pela não perspectiva de um futuro a dois. Certo que ele só precisa sorrir no escuro novamente, mas todo mundo sabe como é triste quando só o amor não basta. 
O escuro aos poucos vai clareando e ele some. Eu finjo não acreditar que ele veio e me tatuo de falsos poetas que me levam a duvidar ainda mais que nós podemos existir algum dia na claridade de um novo céu que ainda não resplandeceu. Não me acovardo e sei que o sumiço dele não será para sempre, pois como eu já disse ainda algumas estrelas não caíram. 



Mayanne Gilnária

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