quinta-feira, 9 de junho de 2011

Por que você não olha pra mim ?


As pessoas estão cada vez mais adeptas a se perderem uma das outras, os fluxos de raios solares confundem as visões e as flores simplesmente murcham.
São pedidos impulsivos clamados ao céu, buscas atormentadas em esquinas que não são delas,sonhos que não colorem o quadro esquecido na parede , linhas que não emocionam o poeta por falta de sensibilidade,talvez por falta de um óculos escuro que ajuda a visão nesses dias.
As pessoas fazem tudo errado, elas tentam multiplicar o superficial com cafés amargos, bolos com bolores, corações destroçados porque estão com quem não é pra ser, e assim vão seguindo a linha do tempo com o teatro de que estão felizes com o que se tem pra hoje... Quanto desperdicío em recuar quando se pode entregar-se por inteiro, devorar tudo, porque essas são as reais vontades que sempre se escondem.
Não quero com isso dizer que faço tudo certo, pois me encovardo cada vez que chego perto dele, emoldureço e nada transcorre da minha boca que possui as palavras certas para  trazê-lo pra mim, mas também recuo e vou aglomerando meus erros por não tentar só seguindo o que todos fazem e isso é tão errado...
Tudo é tão dado em fatias, metades, sobras, pedaços forçados a se encaixarem por não querer um passo a mais, uma luta a mais, um não a mais... E então as fatias imperam mesmo, corroem as tentativas e continuamos a nos perder, mas é perder tudo mesmo, o céu, o barco, as pipas, o prazer, o amor que caminha na nossa frente mas que insistimos em não derreter e simplesmente gritar : Olha pra mim, eu estou sem óculos.


Mayanne Gilnária

Evitando o inevitável



As nuvens não pararam de riscar o céu só porque eu desisti de olhar para elas e tentar te encontrar nos seus inúmeros desenhos que iludem. Nada mudou, o problema agora está em mim que tento a todo instante me esquivar das lembranças que unem as pontas do meu cadarço ao seu me seduzindo até eu me render e voltar a começar a contar as mesmas estrelas que nos prendiam ao centro de uma cama tão pequena que nos bastava.
Desisti de procurar sua sombra ao meu lado contornando meus passos tão errados que não mais refletem o chão que renunciou a essa forma de existência, as risadas que se colavam ao meu ouvido evaporaram-se, talvez elas ainda dancem nas nuvens, mas como eu optei por não mais procurá-las então tanto faz... A aurora perdeu o sentido.
A janela do meu quarto continua fechada, não pretendo buscar as paisagens que brincavam tão bem com sua imagem e me afagavam com uma ternura que secou, as flores já até esqueceram de renascer no jardim adormecido.
Talvez meus olhos não saibam mais identificar o que é paraíso, porque você não está me esperando no final dos temporais, sumiu com o último crepúsculo que desatinei a observar.
Não me encomoda se a madrugada está cada vez mais fria, eu queria mesmo que todos esses órgãos que se esvaem congelassem e parassem de sentir dor, essa dor miserável que me limita.
Já não consigo ter alegrias em voltar pra casa porque as montanhas continuam perto e nenhum lugar no mapa que esmago em minhas mãos possui distância o suficiente que tire de mim o amor que movimenta tudo por você, que estreita o círculo paralizado do lado de fora do mundo que evito.
Já que o tempo não passa como deveria vou te evitando no meio de todo esse embaraço que escurece minhas esperanças de um dia ter de volta tudo, inclusive você que na ausência caminha em mim mesmo com todas as minhas formas desesperadas de apagar o que já está escrito na eternidade, bem lá no alto que nunca mais ví.


Mayanne Gilnária

domingo, 17 de abril de 2011

Simplesmente crescendo.



Estou jogando fora todas as manhãs de primavera, elas foram apenas capas soltas a cobrirem uma solidão atordoada que sempre me visita. Sempre degusto dos piores males que sem piedade o destino coloca-os no meu colo e eu que me vire com as causas de mais um tempo ruim.
Estou tão amarga que a sensibilidade de chorar não me toca, as lágrimas dançam como ondas nervosas de um oceano só meu, mas não quebram nas pedras de suporte que inutilmente reservei para determinado propósito, é tudo terra seca de um nordeste que nunca acabou e eu sigo com a presença enxuta de amores incertos, casos indiscretos, jeito enfadonho de ser eu.
Queimei os papéis que indicavam como viver bem, realizar sonhos e todas as instruções que não fazia sentido perder tempo folheando-as, a fumaça circulava no teto do meu quarto e minha vontade de tragar os restos de  passado que se iam me fizeram desabar arduamente em vícios de sexta-feira que tudo se pode, talvez com novas tentativas eu me sinta contente e totalmente feliz por retirar algumas farpas do meu peito tão perfurado estilo queijo suíço cheio de bolores que já nem fazem diferença.
Atrair-me por imperfeições comuns é meu fardo de ter que aprender a suportar objetos e pessoas diluídas em um copo tão pequeno que deixei perto do despertador, mas hoje também estou esvaziando esse reservatório inútil que não mais desaguará na fonte de uma vida que busca o novo em constantes circulares de náuseas nervosas.
Talvez eu até goste dessa sensação ruim de me encontrar, é através dela que cheguei a conclusão de que essas flores já não perfumam a minha casa, não estou nenhum  pouco preocupada também com o cheiro de folhas que acabaram de cair e se amontoaram no meio do lixo que minhas mãos decididas simplesmente irá joga-lo fora sem vasculhações... Não há lágrimas e o show começou uma hora atrás... Sim, foi no meio de 60 minutos que decidi mudar, deixar de lado bobagens dos velhos tempos pintados em álbuns de fotografias amareladas que também se vão.
Chega de lembranças... Afundo-me na tristeza que agora me faz escrever sem me preocupar com quem ficou ou se foi... Tudo passa, eu sei, estou crescendo.


Mayanne Gilnária

Você ainda está aqui... Quer dizer eu estou.



Faz tanto tempo que todas as nossas máscaras foram postas ao chão e eu te amei na minha rua. As nossas lembranças estão virando o meu único refúgio para não te esquecer, ou talvez eu nem queira que o super bonder perca a fixação que nos prendeu um dia na calçada, acho até que a única coisa que preciso são desses retalhos que costuram meu coração que há tempos você esqueceu de cuidar.
Alimentar os pensamentos que correm é um tanto errado, e eu tenho consciência disso, mais eu já perdi as forças de te negar em mim, porque tudo para no mesmo ponto que desisto, é como se todo o seu jeito torto de sorrir prendesse as partes que de mim saem a sua procura em cada pedacinho da sua boca que tinha o frescor de um campo florido que me fazia estar em casa, nada mais tenho a fazer se não me render... Me rendendo posso chegar aos seus braços novamente e na minha velha morada ver que o céu ficou estrelado novamente, porque também faz tempo que as estrelas sumiram. 
Com o decorrer desses dias eu aprendi um jeito lindo de chorar, eu fico no escuro lembrando que tínhamos promessas boas para um futuro juntos, eu revejo nossos sonhos numa mesma fita de um cetim que ainda possui brilho, eu vejo você me amando como na primeira vez que nos escolhemos.
As vezes você está tão perto... Os meus braços ficam lá, buscando alguma forma de te tocar por acaso e quantas vezes você ficou ao meu lado e mesmo assim senti que a distância que nos separava não acabaria com um toque do meu dedo... Então foi aí que concluí que estar distante é estar muito perto, é um perto sem estar... É um eu que não te toca, que não te deixa e que te ama sem te ter. 
Faz muito tempo que fugimos, que tento escapar de tudo que te pertence, que recuo nas tentativas frustradas de não te levar comigo, que te amo em segredo até o fim. Sei que estou fazendo tudo errado, mas não consigo agir de outra forma mesmo acreditando que é muito cedo para dizer que não damos certo.
Faz muito tempo que continuo a te esperar na mesma calçada com a cola na mão... Volta pra casa, se gruda, me junta a ti ou sei lá... Fica mais perto sem ser da forma distante de ser meu.


Mayanne Gilnária

quinta-feira, 24 de março de 2011

O maior milagre.



A tarde caia montando no céu o espetáculo mais perfeito que os meus olhos perguntavam como tudo aquilo realmente poderia ser real. Eu estava lá, bem no alto de um monte onde toda a geografia daquele espaço me pertencia, me mostrava todos os pedaços do mosaico do meu velho jogo de caminhar sobre as mesmas montanhas. Pouco a pouco o cenário vestia-se de pequenas partes que colavam um pedaço meu entre os sonhos esquecidos e a realidade que ainda me confunde.
Lá de cima tudo passou a ter sentido próprio de saber ser apenas um sem precisar de muitas canetas... A lua então, tornou-se tão maior e tão mais iluminada que sua voz tocava todo meu corpo e cada vez mais me fazia sentir conectada a sua cratera tão parecida com os restos que caem do meu coração.
Ao lado, próximo de outro mundo a chuva escorria feito caneta explodida pelas mãos do escritor, era uma fase confusa que mesmo assim curava as feridas... As minhas feridas de montanhas não cicatrizadas. Tudo era parte de um mesmo espaço que eu voava parada a procura de alguém que eu já tinha visto passar por mim pouco antes de obter todas as respostas do real motivo por estar ali, me prendendo as lembranças que ele também ainda guarda. 
Não conseguia me mover muito, eu só olhava extasiada por tudo parecer tão meu... Ainda há quem diga que as borboletas não podem tocar o céu, enquanto eu vi esse milagre acontecer. 
Quando um traço laranja de um sol que repousava do outro lado cobriu minha visão eu pude ver que todos os desejos que eu coloquei na ponta de seus raios estavam a se realizar. Lá em baixo a cidade parecia tão pequena que entendi o modo como Deus olha para nós, e Ele estava tão perto que inevitavelmente as lágrimas rolaram sem dor, deslizaram em mim como bençãos e foram as maiores que recebi desde que eu comecei a conhecer e a coloca-lo em minha vida. Ah aquele monte... 
Naquele dia eu li o meu passado e vi que nada perdeu o rastro, o meu amado ainda me olha com o mesmo brilho, ainda mesmo que distantes somos um a se procurarem no mesmo lugar em que nos deixamos. As montanhas ensinam e eu aprendi o que é ser dele. 
Quando um vento cheio de estrelas balançou-me os cabelos, os fogos de artifícios tão coloridos explodiam feito vagalumes que dançavam ao longe,o roteiro da cena que se seguia tornou-se mais completo e verdadeiramente eu entendi as folhas que seguiam sabe-se lá o que, eu só as via e entendia o porque do despencar. 
Confissões foram feitas, as respostas foram estampadas nas imagens infantis que eu desenhava num tempo tão distante desse, as lágrimas tinham sabor de sagrado, as nuvens indicavam a direção certa de encontrar o amor que não se perdeu, a lua continha um feitiço que perdurará 18 anos até que ela surja e eu a veja nascer dessa forma tão esplêndida novamente, a chuva continua a curar o que ainda fere, o sol faz com que a minha montanha brilhe e me faça acreditar que ali ainda possui os meus sonhos, e aquela carta de 4 de copas encontrada por acaso jogada na rua foi o que definiu a minha sorte de ligar-me depois de tanto embaraço ao meu destino que no alto daquele monte ainda me espera para que o tão esperado sim possa ser dito dentro do nosso pra sempre que Deus voltou a escrever.


PS.: Esse foi um caso que eu vivi no dia 19.03.2011 em Carnaúba dos Dantas acompanhada por Wellika, Joniany, Mayza, Paulinho e Gersinho que compartilharam comigo do milagre mais perfeito. Tinha chuva, sol e lua todos juntos fazendo parte da mesma cordilheira que trouxeram de volta toda a esperança que um dia eu havia perdido no mesmo ponto que voltei a viver... Não só por quem me espera mas especialmente por mim que mereço. 


Mayanne Gilnária

quarta-feira, 23 de março de 2011

Sua companhia... minhas razões.





Estou me sentindo muito bem aqui com você impulsionando o balanço do jeito certo que me deixa feliz, o mundo em minha volta repousa, os últimos raios de sol nos beijam e nada mais anseio do que a sua intensa companhia que possui todos os sorrisos que invadem a minha boca nesse fim de tarde que te amo.
Meu sangue excitado bombeiam os calores que me estimulam a te acorrentar nessa moldura feliz que formamos quando estamos um ao lado do outro fazendo valer o nosso relacionamento que possui uma refinada sensibilidade que nos pertence a uma aquarela de sintonias com respeito até quando dividimos a mesma maçã que une nossos sonhos.
Eu deveria dizer que nada mais oprime meu coração, porém algumas fagulhas de uma saudade não esquecida ainda me perfuram... Mas sei que você volta. Sempre quando se vai o meu desafinado piano soa as notas de súplica para que ao longe tu possas ouvir e correr em direção aos meus braços que te esperam para que através dos teus olhos eu possa reproduzir todas as canções que fiz em tua ausência.
Quão doce é sua companhia quando saimos a andar de bicicleta no parque antigo, todas aquelas folhas de outono se levantam vestindo-se de nosso amor e um círculo de felicidade nos acolhe com um bom vinho, quando rabiscamos juntos sobre algo tão piegas, quando sorrimos para os pássaros e eles retribuem com o suave canto que você em mim dança, quando você me leva para perto do céu e eu enxergo as tuas asas repousando em mim a proteção que preciso para te colorir com minhas cores secretas... Mas doce mesmo é quando nossos pés formam juntos um mesmo sapato que calçamos ao luar embaixo de lençóis que se incendeiam. Ali eu sei que estou a viver, a minha alma se revira e todos os meus nervos se unem aos seus espelhos que me refletem.
O meu sabor de menina passeia em ti e isso aflora nossos melhores beijos que tocam facilmente o coração... Triste seria a minha vida se eu não tivesse as suas mãos para encorajar-me as minhas, a loucura certamente chegaria e por quem mais eu poderia me apaixonar-me tanto assim se não por ti , que desde o primeiro momento me fizeste feliz até nas horas que tínhamos pouca luz ? Nada seria perverso se um dia eu perdesse suas estações, certamente eu morreria e nunca mais voltaria ao nosso lugar, porque para lá não vou sem ti... És quem me guia mesmo quando me distraio e quase te perco, és minha rima perfeita, continuação de todos os meus traços que tão bem sabem te acolher.
Eu o terei sempre presente em minha alma, te procurarei em tudo e certamente te encontrarei, ou assim espero, quero olhar nos teus olhos e enxergar teu coração clamando por mim, quero acima de tudo ter sempre você ao meu lado ao cair das folhas do calendário que em minha parede conta nossa história... Porque se eu não mais tiver sua companhia até o fim eu desaprenderei a viver. E isso pra mim seria realmente o fim que não quero conhecer.


Mayanne Gilnária

Sem escorrer...


Nunca me importei muito em derramar as lágrimas que tanto guardava em um reservatório só meu, agora cansei, você nunca mais verá minha maquiagem borrada por traços escorridos, já descobri que meus olhos são perigosos e se não aguentam escorrer-se por mim, dá um passo e sai de onde não te quero.
Acreditava que todo esse caos banhado fosse o necessário para poder tolerar suas armadilhas perigosas de sempre me ter por perto sem nenhum esforço que valesse a pena, exagero meu achar que amor era viver infinitamente por alguém. Peguei minha vida de volta e agora aprendi a manuseá-la sem suas artimanhas ruins que só me faziam sofrer.
O bonde já passou e eu fiquei para corar-me um pouco pela luz que estava quase não reconhecendo, sinto a claridade boa alegrar meus poros e uma fagulha intensa de nostalgia escorre pela minha coluna cervical... E eu nem preciso de ti.
O importante é que ignoro qualquer vacilo que põe a lembrar-me de nossos momentos em pleno vácuo, estou seguindo a risca os acúmulos de um vento que realmente me preencheu, eu não quero mais uma montanha, eu quero uma cordilheira inteira... E olha que eu nem tinha entendido ainda o que era ser um pássaro de fogo, hoje já sinto-me como tal, e as definitivas conclusões , tirem quem quiser, porque eu já me resolvi.
Sua alma continuará em meus braços porém um grito pingará sobre ela e descobrirá que não mais te seguro, o sabor do fel é ruim, você verás o quanto... Saberás ao certo o que é solidão, conhecerás a dor de um coração inflamado e com certeza sentirá o frio que os meus braços carregam para ti a partir de um adeus que agora te dou sem nenhum traço.
Não culpe o destino por ter me feito abrir os olhos pois o único responsável para o meu libertar foi você que de tanto me fazer ser enxurrada, tornou-me forte para que essas águas não rolem mais pelas minhas linhas que desistiram de percorrer por ti que não mancha mais meu rímel. 



Mayanne Gilnária

Solivodka...





 A noite surgiu trazendo alguns blocos de gelo a cairem no meu copo de vodka que bebo por ti. Sei que ela está a tomar o meu lugar, sei que ela dorme colada ao seu peito que me pertence, sei que ela te faz de moinho onde nossas lembranças se trituram e viram pó.
Tento embriagar-me para esquecer que ela está agora a sussurar as palavras que estão sufocando minha garganta, nem posso pensar nos beijos que ela te suga, porque certamente não resistiria e sairia a correr para tão logo voltar a invadir-me de você.
Não entendo a situação que a vida me colocou,estou sentada no sofá sozinha enquanto você encontra nela tudo o que de mim está tão longe...O celular não toca, não durmo, nada além de uma série de imagens imundas de vocês a se amarem deslizam na sala que estou a chorar...É muito ruim sufocar assim.
Principalmente quando os dias não passam...Ainda há tantas horas a se passarem para que eu possa ver seu rosto novamente, para poder pegar tudo o que hoje o tempo leva de mim, para esquecer que hoje você tem alguém que te rouba cada vez mais da história que deixaste aqui.
Persigo o mártirio do meu coração e ele soluça ao sentir seu corpo em outra...Outra direção, outra estação, outra que não sou eu.
Sei que ainda tem partes minhas que não te largam, mas quanto mais ela se une a ti sinto que tu me esqueces na gaveta que ela não deixas abrir.
Desejo seguir seu corpo com a mesma voracidade que essa bebida me queima, possuir cada parte tão oculta que ela agora descobre e que meus braços não tocam por tristemente não poderem.
Será que essa estrada que os unem é tão firme quanto a que te espero ?
Tenho medo que essas pedras não se desfaçam e eu te perca para quem não merece te ter.
Não esqueça as promessas que fizemos quando ainda estavas aqui, dos nossos beijos ou até mesmo dos nossos silêncios que agora relembro sem seu riso perfeito.
Não deixa que ela desfaça sonhos que também me pertecem.
Estou a te esperar, mesmo sem nem saber se o final será como combinamos...Agora vou me embriagando, embriagando, embriagando até esquecer que ela te bebe.


Mayanne Gilnária

sábado, 12 de março de 2011

Ligação... Mistura... Nós.






É só uma criança a brincar com as asas arrancadas de uma borboleta de sonhos perdidos, não há o que temer, a vida foi posta a prova e o mais fraco perdeu. 
Embalada em um tango que eu não sei dançar vi o rubor expandir-se no rosto do rapaz que me encanta, desajeitada segui os embalos do ritmo que nos une, ele combriu-me com seu corpo de escudo e fui dele assim que a vida decidiu quem ganharia o jogo. 
Mas por que essa criança não larga essas asas sujas das tintas que ela coloria o seu mundo ? E por que esse rapaz alimenta as minhas sedes de sentimentos enebriantes ? 
Há uma ligação entre os dois mundos que se misturam nas mesmas linhas, há uma esperança pintada nos olhos de cada um, não sei se é verde, mas não possui sabor, ela só embala, nos leva, nos une. E sumindo das razões que não possuimos, nos encontramos presos a situações que nos fizeram sermos larvas no casulo querendo um certo tipo de libertação que ainda não vimos.
Não compreendo a vida, não compreendo esse ritmo, não compreendo esse morrer de uma vida indefesa. O que sei é que tudo me toca, tudo me leva a querer tocar nessas asas porém não posso abandonar a minha dança no salão a meia-noite. 
O rapaz que me acorrenta veste-se de paraíso, de cordas ritmadas qaue balançam para lá e para cá... A criança não levanta desse chão e não prova o novo sabor que a vida agora te oferece... Por que ?
Vejo tudo se dissolver ao meu redor menos as imagens de quem não me deixa, e assim brilham as deliciosas lágrimas que de mim escorrem. Já vi o sol nascer e morrer tantas vezes, então para que outros fatos se os rotineiros já bastariam ? 
Fui absorvendo um êxtase em um momento majestoso e pude entender as asas, a criança, o rapaz e a dança. As asas pertenciam ao corpo da criança que relutava em não desfazer-se de seus pedaços soltos pelo vento, a dança pertencia ao ritmar do coração do rapaz que me procurou até onde eu não andaria ou não saberia chegar lá sem ele... Os dois se misturaram e hoje nenhum deles vivem sem lutarem para que os seus sentidos sejam completos ou por asas caídas ou por um ritmo mal dançado que os dois não conseguem perder ou talvez simplesmente não querem que sumam.

Mayanne Gilnária

Encontrando o que faltava ...



Tem certos momentos na vida que nos deparamos com pessoas incrívelmente fascinantes que tem a capacidade de fazer nosso coração saltar estilo bungee jumping mas estamos seguros e tudo basta, pequenos detalhes suprem uma ausência e as frases corretas aparecem assim em pequenos espaços das minhas linhas em branco.Corremos tanto procurando o balançar certo para um impulso que seja firme, corremos, corremos e o destino nos pregando peças sem graça que tiram de nós aquele sorriso largo, a boca se fecha e a interrogação surge colada nos dentes que não querem aparecer, e quando desistimos de um certo modo de encontrarmos esse balanço nos deparamos com um alguém já tão nosso que escorremos feitos chuva nos braços que o mesmo está a nos estender. Tudo torna-se tão simples, o mundo entra num compasso que os pés desajeitados tentam acompanhar, demoram um pouco mas não estamos sós, temos uma eternidade para nos adaptarmos a esse alguém e a todas as facetas que ele carrega no jeito contagiante de nos fazermos descobrir o que é o amor de verdade. As horas se equilibram e deixam a corda bamba de lado, a rotina esquece de se fazer presente, pouco a pouco a boca vai se abrindo novamente e os dentes reluzem só porque encontramos o motivo de termos a aparência saudável para quem nos faz tão bem. E esse bem querer nos envolve assim tão voraz que nos assusta um bocado, porém as mãos suaves nos limpam lá estamos a confiar no escuro novamente, girando no ar com o doce na mão sorrindo.Abraçados com a mistura de sentimentos fabulosos desejamos alcançar a atmosfera que nos gira e nos faz pararmos no ponto fixo daquele alguém que tem tudo o que precisamos para saborearmos os futuros dias e noites que eram prometidos de solidão que agora mudaram.Não estamos sós, esse alguém não vai embora como outros que se apagaram sem motivos, ele ficará no sempre que construiremos enlaçados com esse amor prometido para nos trazer a felicidade que a tempos não alargava nossas bocas ocultando nossos dentes que só desejavam sorrir de verdade para o tão falado amor que chegou. 


Mayanne Gilnária

quarta-feira, 9 de março de 2011

Nossos traços


Como não desejar estar eternamente entre seus braços se a maciez de sua pele me levam os meus melhores sonhos? As vezes tenho medo do grande passo que quero dar perante a ti, pois a tua beleza muito me assusta, comparo-te a um anjo de feições perfeitas invadindo-me de encantos únicos que só você possui, o brilho do teu cabelo me turva a visão e os seus intensos traços finos me fascinam e eu te desenho.
Abre a chance da felicidade voar ao nosso encontro e me leva contigo para nossa cabana em noites de luar, deleita-me na paz que só encontro contigo e contorna o meu corpo assim como te desenho ao saborear a sua essência com simples toques de avelã fresco. Beija-me como um beija-flor, suga o que precisa para sermos um e do nosso jeito sermos amantes cobertos de um néctar puro que nada o dissolve.
Afaga-me com suas mãos serenas e rabisca em mim os seus poemas secretos, deixo-te conhecer minhas linhas de escrita cambaleada que tanto tu persegues com tua valsa coberta por um batom vermelho que reconheço.
Estou seguro que te quero e essas certezas de te ter só aumentam quando no sopro do vento escuto a melodia de sua boca soltar as palavras que preciso para te amar cada vez mais. E como não saber que me esperas se quando caminhamos juntos seu andar se iguala ao meu seguindo a mesma trilha que persigo para ter seu amor pra mim ?
Se entrega, pois terminei o meu desenho e nesse traçar de riscos que te formaram aqui busco com outros traços me juntar a ti para que tudo fique perfeito embora ainda seja só nesse pedaço de papel que agora me desenho.



Mayanne Gilnária